"Sou uma mulher madura que às vezes anda de balanço
Sou uma criança insegura que às vezes usa salto alto
Sou uma mulher que balança, sou uma criança que atura."

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Já dizia o Oráculo...

Primeiro dia no blog, primeiro dia para as apresentações. Apesar da pouca idade, já faz algum tempo desde que descobri o prazer que as palavras me proporcionavam e passei a cuidar delas. Idéias traduzidas em palavras sempre decoram o caderno e, principalmente, a cabeça. E assim eu vou levando a vida. Sendo eu mesma mesmo sem saber quem eu sou. "Conhece-te a ti mesmo". Como se fosse possível para nós, meros mortais... E não digo a nível de matéria, átomo e todos esses mistérios que o homem insiste em desvendar. Não. Para mim, átomo complexo mesmo é a alma, que, como um quebra-cabeça composto por pedacinhos cheios de lembranças, só pode e só faz sentido quando compreendida como um todo, tornando-se mais indivisível do que qualquer outra partícula. Idéias, sentimentos, dúvidas e (in)certezas que se renovam a cada instante e fazem nascer uma nova mulher ou criança, fada ou bruxa, o bem ou o mal... enfim, uma nova Fernanda. "O que sou eu? Uma substância que pensa. O que é uma substância que pensa? É uma coisa que duvida, que concebe, que afirma, que nega, que quer, que não quer, que imagina e que sente". Sei o não quero, sei que o gosto e o que não gosto, sei o que eu não sei. O que sinto e como sou, porém, já é outra história. Posso ser tudo ou nada, legal o chata, feia ou bonita. Afinal, a beleza está sempre nos olhos de quem vê, não? "Que quimera, então, sou eu? Que novidade, que monstro, que caos, que motivo de contradição, que prodígio! (...) glória e escória do Universo". E é assim que as coisas são, é assim que eu sou. Nem certa nem errada, nem do bem nem do mal. Apenas uma humana cheia de interrogações, exclamações e reticências. Apenas uma humana que é escória e glória, amor e horror, prosa e poesia, substantivo e verbo. Apenas uma humana que não aprendeu a se descrever, mas sabe que não é possível narrar o inenarrável e tornar visível aquilo que é invisível aos olhos... "A única verdade é que vivo. Sinceramente eu vivo. Quem sou eu? Bem, isso já é demais..." E, quer saber? Não faço a mínima questão de descobrir. Eu sou e isso me basta.