"Sou uma mulher madura que às vezes anda de balanço
Sou uma criança insegura que às vezes usa salto alto
Sou uma mulher que balança, sou uma criança que atura."

terça-feira, 8 de março de 2011

Madrugada

Pára, pára. Se acalma, vai. Fecha os olhos, respira bem fundo contando até dez e tenta lembrar do que foi bom. Lembra, também, do que ainda há de ser bom. Bem lá no fundo nós sabemos que basta só um pouquinho de paciência para chegarmos lá - no felizes para sempre. Pensa um pouquinho nos planos, nas viagens, nos tablitos e no Pablo. Ele não quer pais separados, não. Não é saudável.

Pára, pára. Se acalma, vai. Tenta entender sua namorada neurótica e compreender que a inquietação e a curiosidade são intrínsecos a mim. Foi o que restou do sonho de ser jornalista que eu mesma destruí. E aí deu nisso: essa vontade incontrolável de saber de tudo - e saber agora! Não tenho culpa de ter sido tão mimada quando criança e ter virado isso que sou.

Pára, pára. Se acalma, vai. Tira da cabeça essa idéia de pôr fim ao que ainda só tá começando. Esquece essa idéia estúpida e precipitada de transformar o "nós" em "eu e você". Até porque, você sabe, não seria fácil assim: a caixinha e a minha voz no fim do corredor continuariam a te atormentar, como fantasmas de um tempo bom. Esquece isso, vai. Aborta essa missão.

Pára, pára. Se acalma, vai. Eu errei, mas tenta recordar o que a Bíblia e tantos outros já disseram: "O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta". Lembra, ainda, dos que disseram alguma máxima clichê sobre a perseverança de não desistir sem lutar. Ou, se preferir, busca ajuda na sua própria academia. Tantos músculos não combinam com a covardia de desistir de quem se ama, afinal. Pelo menos não assim, tão facilmente.

Pára, pára. Se acalma, vai. Me diz o que te aflige e escuta o que eu tenho a dizer. Justo eu, que sempre tenho tanto a dizer... Não me cala agora, não. Não me deixa sem palavras, sem inspiração. Acalma sua alma inquieta e vem procurar refúgio onde você certamente achará. Bandeira branca, vai. É tão ruim brigar contigo...

Pára, pára. Se acalma, vai. Se acalma que os motivos já nem preciso dizer: eu amo tanto você...

"As coisas vão dar certo. Vai ter amor, vai ter fé, vai ter paz – se não tiver, a gente inventa."

(Caio Fernando Abreu)


3 comentários:

Gabriela Castro disse...

Tudo se resolve. Tudo se ajeita. Ainda mais quando existe amor!! Que saudade das suas palavras :)
beijos

Anônimo disse...

Oi =) pra quem não lembra eu sou a Amanda Romero do Keep Breathing e estou reabrindo o blog. Fiquei um tempo sem escrever por falta de tempo, mas quem escreve sabe que quando não se coloca essas palavras pra fora a mente vira um furacão.
Tem post novo (http://amanda-romero.blogspot.com/2011/06/o-problema-voce-nasce.html)
e se gostar da uma olhadinha no resto do blog =) http://amanda-romero.blogspot.com/

Obrigada.

/Menina, de onde você tira essas coisas? Dizer que você escreve bem demais não é suficiente, é? Fiquei meio que paralisada lendo teu texto.
Entender a vida é mesmo meio enlouquecedor...
Só me diz de onde você tirou essa palavra, intrínsecos. É tão legal gente que sabe explorar o português.
Adorei teu blog.

Sara disse...

Como é bonito para escrever, espero que em algum momento têm a oportunidade de fazê-lo, eu acho que eu tenho que sentar e relaxar um pouco para escrever coisas bonitas que eu espero fazer em um a figueira rubaiyat