"Sou uma mulher madura que às vezes anda de balanço
Sou uma criança insegura que às vezes usa salto alto
Sou uma mulher que balança, sou uma criança que atura."

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Avante!

      E eu, que há muito não vivia, pude, enfim, viver. Pude, enfim, descomplicar, desenrolar, desopilar. Livre como quem acabou de lavar a alma e cantar alto no banho. Leve como quem acabou de levar a melhor e, mesmo pouco religiosa, teve a certeza de que Deus desenha a caligrafia na hora de escrever torto só pra suavizar os desencontros.
      E eu, que há muito havia me desencontrado de mim, pude, enfim, me reencontrar. Pude, enfim, reaver o ânimo, a coragem, a vontade de ser só e de ser muito mais do que já sou. Forte como quem apanhou, mas levantou para enfrentar as vaias ou para sentir o gosto das palmas – tanto faz. Firme como quem acabou de firmar um compromisso consigo mesma: pra frente é que se anda, ainda que devagar.
      E eu, que há muito divagava, pude, enfim, guiar. Pude, enfim, me alforriar de mim, libertar meus medos, assumir meus modos. Ereta como quem tomou as rédeas e, a chicotadas, fez a felicidade não mais arredar. Torta como quem cansou de só acertar.

      E eu, que há muito te amava, pude, enfim, me amar. Pra sempre.
 
▪ ▪ ▪
 
"Don't be afraid to let the drama play out."
Sim, voltei. :)