"Sou uma mulher madura que às vezes anda de balanço
Sou uma criança insegura que às vezes usa salto alto
Sou uma mulher que balança, sou uma criança que atura."

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Voa, Aprendiz

Voa, Gavião. Voa alto e longe. Tão alto que não possam te acorrentar e tão leve e livre que só você mesmo tenha o poder de se deter, de se entregar a alguém e se tomar de si próprio. Voa, mas voa lá onde as armadilhas são única e exclusivamente de tua autoria — e não das que te caçam e não querem te repartir.

Voa, Condor. Voa autoritário e ditador. Tão autoritário que já não se importará com as imposições alheias, nem tampouco deixará que a moral de outrém decida por você o que deves ou não fazer — afinal o veredito imutável é que, embora nem sempre você deva, você sempre pode. Voa, mas voa onde possas enxergar o sol da meia noite com a certeza dos débeis.

Voa, Pavão. Voa vaidoso e viril. Tão vaidoso que inflará o peito e mostrará as tuas penas a cada conquista, esquecendo-te temporariamente do que já lhe foge do campo de visão — a essência pura e sublime. Voa, mas voa com a coragem dos que flertam e com a certeza dos que já tiveram a sua perda decretada.

Voa, Beija-Flor. Voa incansável e delic(i)adamente. Tão incansável que se revitalizará com o banal ato que é tomar as flores com os teus lábios insaciáveis — porém cansados. Voa, mas voa sabendo que a primavera não durará para sempre.

Voa, Fênix. Voa errado e certo — necessariamente nessa ordem. Tão errado que possa se culpar e se culpar e se culpar de novo até que a dor da perda lhe faça aprender e apreender dentro de si a certeza de que voar por voar cansa e de que um porto seguro faz, sim, falta. Voa, mas voa com a maturidade da criança que aceita o erro, vira a página e só então renasce.

Voa, Amor. Voa sujo, torto, promíscuo, displicente. Tão sujo que, quem sabe um dia, se arrependerá de ter voado tanto e por fim decidirá repousar sob o abraço e proteção daquela que daria a vida por você. Voa — e voa o quanto quiser — porque eu sou paciente e ciente da sua sede de liberdade mal educada.

*

Respondo amanhã, juro! :*



6 comentários:

Érica Ferro disse...

Não sei voar. E nem tenho paciência para esperar o amor pousar em meu ombro numa tarde de domingo de sol.

Beijo, Fer.

Debbys disse...

ai, que lindoooooooooooooooooo!!!!
tipo, perfeito, cada verso.. ^^
bjusssss

Felipe Cortes disse...

hey nanda muito bom! mais uma vez sucessooooo coligação em alta aahuahauhau!

Gabriela Castro disse...

Que saudadeeeeeeee! Era um grande desperdício você fora daqui. Gosto tanto das suas palavras :)
beijos

Ellen Cristina disse...

Adorei o blog,sério!
Estou te seguindo,visita lá o meu!
Beijos

Joyci Dias disse...

Ah, eu adoro meu previlégio de ser a degustadora da sopa. Provar e aprovar tudo antes de todos.


Eu te amo. Eu te amo tanto.
Além da vida. Além do amor.
Cuida de mim.